Tema: Cobertura Vegetal da Bacia
Hidrográfica do Rio Paranaíba e o
Produtor de Água
Palestrante:
José Antônio Dias –
Coordenador Técnico de Proteção à Biodiversidade – IEF/MG
José Antônio Dias (Coordenador Técnico de Proteção à Biodiversidade – IEF/MG) |
No dia 03/04/14, de
08:00 às 09:30, o Engenheiro José Antônio Dias (Coordenador Técnico de Proteção
à Biodiversidade – IEF/MG) compareceu à Escola Estadual “Abílio Caixeta de
Queiroz” e ministrou uma palestra com o tema “Cobertura Vegetal da Bacia Hidrográfica do Rio Paranaíba e o Produtor
de Água” para a turma do 1º Ano/03 desta Escola. Esta turma está recebendo
formação específica através da Disciplina “Meio Ambiente e Recursos Naturais”, a
qual faz parte do Programa Reinventando o Ensino Médio, o qual contempla as
áreas de empregabilidade. Ainda, o tema dessa palestra é parte integrante do
currículo e visa propiciar aos alunos estabelecer relação entre a teoria e o
cotidiano do mercado de trabalho e a formação de uma consciência crítica.
O palestrante, além de
falar que a vegetação da bacia supracitada pertence ao bioma do Cerrado e que apresenta alguns encraves
de Mata Atlântica, mostrou tabelas, gráficos e figuras que indicavam a
variedade de tipologias vegetais
naturais (Savanas – Cerradão, Cerrado Estrito Senso, Campo –; Florestas –
Decidual e Semidecidual; Florestas Ombrófilas – Densa e Aberta) e introduzidas
pelo homem (Reflorestamentos – Eucalipto e Pinus) existentes na mesma.
No desenvolvimento do
tema, ele discorreu sobre a evolução das áreas com cobertura vegetal e os
desmatamentos nas últimas décadas. Nesse aspecto, destacou a importância das Matas Ciliares para a prevenção e
manutenção da qualidade e quantidade de água disponível para atender às
demandas da população, dos setores produtivos da economia, bem como à
preservação do equilíbrio ecológico. Nesse viés, o Engenheiro José Antônio
reforçou a relação entre a prática de revegetação e manutenção das Áreas de Preservação Permanente (margens
de cursos d’água naturais, em torno dos lagos e lagoas e nascentes, encostas
íngremes, bordas dos tabuleiros ou chapadas, terrenos com inclinação média
maior que 25º, áreas de altitude superior a 1.800 metros, veredas e
reservatórios destinados à geração de energia elétrica ou ao abastecimento
público) e de Reserva Legal e a
legislação Federal (Lei Federal nº. 12.651/2012 – Novo Código Florestal
Federal, Lei Federal nº. 9.985/2000 – Institui o Sistema Nacional de Unidades
de Conservação) e Estadual (Lei nº. 20.922/2013 – Novo Código Florestal de
Minas Gerais). Ele pontuou que, de um lado o nível de conscientização da
sociedade sobre o tema é crescente, mas, lado outro a aplicação da lei ainda é
mais eficiente para a proteção do meio ambiente natural. Por isso, há que se
estimular aos jovens, bem como a população adulta, a refletir de forma
sistêmica e sistemática sobre a questão, pois, tanto as demandas práticas
quanto as normativas tem como objetivo preservar o estado de equilíbrio
ambiental e vida humana na Terra, os quais estão intimamente conectados.
No tocante às
intervenções humanas negativas estão os desmatamentos e impermeabilizações do
solo e suas modificações de uso urbano (loteamentos, implantação de indústrias
e comércios), os quais, a curto e médio prazo, podem interferir de forma
significativa no próprio abastecimento urbano de água, por reduzirem as áreas
de recarga dos mananciais e carrearem sedimentos para os cursos d’água. Como contraponto
dessas intervenções negativas no meio ambiente, está o modelo estruturador
aplicado no município de Extrema/MG (sul de Minas Gerais), que, além de ser
educativo e uma intervenção positiva para o equilíbrio citado, ataca de frente
uma questão socioeconômica que é a manutenção do homem no campo, através do
pagamento por serviços ambientais relevantes para toda a sociedade. Nessa linha
de trabalho, o IEF-MG REGIONAL ALTO PARANAÍBA – PATOS DE MINAS / MG desenvolveu
alguns trabalhos de distribuição de mudas e orientação para plantio e proteção
de nascentes, além de também contribuir com o cercamento dessas nascentes. Ação
essa que contribui de forma efetiva no gerenciamento do recurso natural água,
que conforme a Constituição do Brasil de 1988 é um bem de domínio público, sob
a Tutela do Estado, e, por isso mesmo cabendo a todos preservá-lo.
Ao final, o Engenheiro
José Antônio Dias – IEF/MG incitou os alunos a se debruçarem sobre a formação
de um pensamento crítico sobre seus cotidianos educacional, econômico e
político e a relação com a questão ambiental.
Prof. Lourivaldo Lemos
da Silva
Mestre em Saneamento,
Meio Ambiente e Recursos Hídricos – DESA/UFMG
Professor da Disciplina
Meio Ambiente e Recursos Naturais
E. E. Abílio Caixeta de
Queiroz