Tema: Liderança: o olhar na Mobilidade
Urbana
Palestrante:
Eduardo Queiroz
Castanheira
Presidente
– CDL Patos de Minas e Diretor da Viação Pássaro Branco
No dia 17/04/14, de 10:00 às 11:30, o palestrante Eduardo Queiroz Castanheira
(Presidente – CDL
Patos de Minas e Diretor da Viação Pássaro Branco) compareceu à
Escola Estadual “Abílio Caixeta de Queiroz” e ministrou uma palestra com o tema
“Liderança: o olhar na Mobilidade Urbana”
para a turma do 1º Ano/15 desta Escola. Esta turma está recebendo formação
específica através da Disciplina “Empreendedorismo e Gestão”, a qual faz parte
do Programa Reinventando o Ensino Médio, o qual contempla as áreas de
empregabilidade. Ainda, o tema dessa palestra é parte integrante do currículo e
visa propiciar aos alunos estabelecer relação entre a teoria e o cotidiano do
mercado de trabalho e a formação de uma consciência crítica.
O Prof. Lourivaldo considera que
Liderança é o ato de Educar as pessoas para que elas façam voluntariamente e
com amor o trabalho ou desafio que se apresenta a cada momento.
Para Chiavenato (2007) a definição de
liderança envolve duas dimensões: a primeira é a capacidade presumida de
motivar as pessoas a fazerem o que precisa ser feito. A segunda é a tendência
dos seguidores de seguirem quem eles percebem como instrumentais para
satisfazerem os próprios objetivos e necessidades pessoais.
O Empresário Eduardo Castanheira trouxe
para a palestra sua experiência em “Liderança” no setor de transporte público
de Patos de Minas. Como startup, ele apresentou as experiências de Curitiba
(Brasil), Bogotá (Colômbia) e Sidney (Austrália) com ações de vanguarda ao
planejar e transformar com maturidade os seus sistemas de transporte público.
Eduardo Queiroz Castanheira |
CURITIBA
O sistema de transporte urbano de
Curitiba é composto de corredores, terminais de integração, sistema de
bilhetagem eletrônica, hierarquias de linha e é de abrangência metropolitana, além
das conhecidas estações tubo (paradas de ônibus que permitem a compra antecipada
de bilhetes e embarque em nível). Este sistema é modelo para o Mundo e foi
copiado e aperfeiçoado em cidades como Bogotá.
BOGOTÁ
TransMilênio é o nome dado à rede de
transporte do BRT (Bus Rapid Transit) em Bogotá. Ela foi inspirada na Rede
Integrada de Transporte de Curitiba, contudo, recebeu melhorias que permitiram
ao TransMilênio ampliar a capacidade de carregamento de passageiros. As vias em
que os ônibus transitam são canaletas segregadas, sem cruzamentos em nível, com
duas faixas em cada direção, possibilitando ultrapassagem entre os veículos,
assim, a operação de linhas expressas em faixas adicionais possibilita
velocidades de operação maiores que as de Curitiba.
SIDNEY
Em Sidney, a ligação entre os bairros é
o trem metropolitano que interliga uma rede extensa e complexa. O sistema
possui trens expressos, paradores, para longas e curtas distâncias, modernos,
antigos. Todos, com dois andares e assentos em geral reversíveis, movidos a
eletricidade, além de poderem ser mudados de lado conforme o sentido de
circulação do trem.
Informações disponíveis na internet
indicam que o sistema possui elevadores,
rampas e catracas largas, os quais são utilizados sem distinção por
cadeirantes, pessoas com mobilidade reduzida, bicicletas, carrinhos de bebê,
malas, malotes e caixas de mágicas. É possível transportar quaisquer objetos e
pertences pessoais sem restrição de horários. Em todos os vagões há uma área
confortável para sentar ou permanecer junto a veículos ou pertences pessoais.
Escadas estreitas dão acesso aos dois andares dos trens onde os demais
passageiros podem sentar confortavelmente. Contando ainda com mais
infraestrutura de circulação, bicicletários integrados as estações de trem e barcas
e até aluguel de vagas para bicicletas dentro de “armários”. Destacando que há um
sistema confiável de ônibus que atende distâncias menores ou complementares aos
trens, e um sistema de barcas.
PATOS
DE MINAS
Em Patos de Minas, o planejamento urbano
tende a sofrer restrições do interesse econômico em detrimento da
funcionalidade dos aparelhos urbanos, o que leva as vias a serem subutilizadas
em seu sentido primário que é permitir o fluxo de veículos, pessoas e bens de
interesse coletivo.
No contraponto do direito legítimo das
pessoas satisfazerem seus desejos de consumo em obter seus veículos,
implantarem seus negócios em áreas visíveis e realizarem o marketing de suas
empresas está a questão do transporte público. Veem-se pela cidade uma miríade
de estruturas de propagandas em pontos de ônibus que dificultam o acesso das
pessoas, invasão do espaço público destinado ao fluxo de veículos pelo comércio
em geral (mostruário de veículos, descarga de produtos em horário de pico),
estacionamentos e materiais da construção civil.
Hoje, ônibus que podem transportar até
60 (sessenta) passageiros dispõem do mesmo espaço que veículos de passeio, os
quais normalmente estão com no máximo 02 (duas) pessoas. Assim, seria prudente
ampliar as políticas públicas de mobilidade urbana, com tarifas e mecanismos
diferenciados que atendam uma gama
maior de cidadãos, gerando, por conseqüência, mais justiça social e melhor uso
da res pública e, com mais dinheiro circulante,
haverá um maior investimento no próprio comércio.
Pesquisas feitas pela concessionária de
transporte público da cidade mostram que os fatores supra-elencados, aliados à
locação dos pontos de ônibus, ocasionam lentidão no tráfego dos coletivos, não
ultrapassando 10 km/h. Isso ocasiona perdas de tempo e incômodos aos usuários e
aumento nos custos de operação do sistema gerando, assim, gastos desnecessários
para toda a população.
Após os vídeos, o palestrante destacou
que ambiente político-econômico dos grandes centros urbanos é restritivo à
mobilidade urbana, haja vista a implantação desordenada dos módulos urbanos,
com passeios e vias de tráfego implantados sem observar critérios de
acessibilidade e o planejamento macro das cidades, a pressão da indústria
automobilística aliada ao desejo de consumo da população; levando à sobrecarga
dessas “artérias urbanas”. Esses fatos dificultam a movimentação fluída da
população e seu acesso rápido a seus destinos e compromissos.
O discurso dele se aproxima coerente e
apropriadamente do Projeto de Lei nº. 1.687/2007, o qual apresenta os
princípios fundamentais da Política Nacional de Mobilidade Urbana, como segue:
I - Acessibilidade universal;
II - Desenvolvimento sustentável das
cidades, nas dimensões social, econômica e ambiental;
III - Equidade no acesso dos cidadãos ao
transporte público coletivo;
IV - Eficiência, eficácia e efetividade
na prestação dos serviços de transporte urbano;
V - Transparência e participação social
no planejamento, controle e avaliação da política de mobilidade urbana;
VI - Segurança nos deslocamentos das
pessoas;
VII - Justa distribuição dos benefícios
e ônus decorrentes do uso dos diferentes meios e serviços;
VIII - Equidade no uso do espaço público
de circulação, vias e logradouros.
Ao final, o Empresário Eduardo Castanheira deixou
patente que sempre haverá desafios e soluções em transporte público e que
quanto mais efetivas forem as soluções, melhor o sistema será, contudo, impede
considerar que os desafios serão menores. Com esse pensamento, incitou aos
alunos refletirem sobre a formação de um pensamento crítico de seus cotidianos
educacional, econômico e político e a relação com as questões de “Liderança”,
bem como de “Mobilidade Urbana”.
Prof. Lourivaldo Lemos da Silva
Mestre em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos
Hídricos – DESA/UFMG
Professor da Disciplina Empreendedorismo e Gestão
E. E. Abílio Caixeta de Queiroz
Parabéns Professor, suas aulas são o máximo !!!
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