segunda-feira, 28 de julho de 2014

Palestra Liderança: o olhar na Mobilidade Urbana

Tema: Liderança: o olhar na Mobilidade Urbana
Palestrante: Eduardo Queiroz Castanheira 
Presidente – CDL Patos de Minas e Diretor da Viação Pássaro Branco


     No dia 17/04/14, de 10:00 às 11:30, o palestrante Eduardo Queiroz Castanheira (Presidente – CDL Patos de Minas e Diretor da Viação Pássaro Branco) compareceu à Escola Estadual “Abílio Caixeta de Queiroz” e ministrou uma palestra com o tema “Liderança: o olhar na Mobilidade Urbana” para a turma do 1º Ano/15 desta Escola.     Esta turma está recebendo formação específica através da Disciplina “Empreendedorismo e Gestão”, a qual faz parte do Programa Reinventando o Ensino Médio, o qual contempla as áreas de empregabilidade. Ainda, o tema dessa palestra é parte integrante do currículo e visa propiciar aos alunos estabelecer relação entre a teoria e o cotidiano do mercado de trabalho e a formação de uma consciência crítica.


     O Prof. Lourivaldo considera que Liderança é o ato de Educar as pessoas para que elas façam voluntariamente e com amor o trabalho ou desafio que se apresenta a cada momento.
   Para Chiavenato (2007) a definição de liderança envolve duas dimensões: a primeira é a capacidade presumida de motivar as pessoas a fazerem o que precisa ser feito. A segunda é a tendência dos seguidores de seguirem quem eles percebem como instrumentais para satisfazerem os próprios objetivos e necessidades pessoais.
   O Empresário Eduardo Castanheira trouxe para a palestra sua experiência em “Liderança” no setor de transporte público de Patos de Minas. Como startup, ele apresentou as experiências de Curitiba (Brasil), Bogotá (Colômbia) e Sidney (Austrália) com ações de vanguarda ao planejar e transformar com maturidade os seus sistemas de transporte público.

Eduardo Queiroz Castanheira

CURITIBA

     O sistema de transporte urbano de Curitiba é composto de corredores, terminais de integração, sistema de bilhetagem eletrônica, hierarquias de linha e é de abrangência metropolitana, além das conhecidas estações tubo (paradas de ônibus que permitem a compra antecipada de bilhetes e embarque em nível). Este sistema é modelo para o Mundo e foi copiado e aperfeiçoado em cidades como Bogotá.

BOGOTÁ

     TransMilênio é o nome dado à rede de transporte do BRT (Bus Rapid Transit) em Bogotá. Ela foi inspirada na Rede Integrada de Transporte de Curitiba, contudo, recebeu melhorias que permitiram ao TransMilênio ampliar a capacidade de carregamento de passageiros. As vias em que os ônibus transitam são canaletas segregadas, sem cruzamentos em nível, com duas faixas em cada direção, possibilitando ultrapassagem entre os veículos, assim, a operação de linhas expressas em faixas adicionais possibilita velocidades de operação maiores que as de Curitiba.

SIDNEY

    Em Sidney, a ligação entre os bairros é o trem metropolitano que interliga uma rede extensa e complexa. O sistema possui trens expressos, paradores, para longas e curtas distâncias, modernos, antigos. Todos, com dois andares e assentos em geral reversíveis, movidos a eletricidade, além de poderem ser mudados de lado conforme o sentido de circulação do trem.

   Informações disponíveis na internet indicam que o sistema possui elevadores, rampas e catracas largas, os quais são utilizados sem distinção por cadeirantes, pessoas com mobilidade reduzida, bicicletas, carrinhos de bebê, malas, malotes e caixas de mágicas. É possível transportar quaisquer objetos e pertences pessoais sem restrição de horários. Em todos os vagões há uma área confortável para sentar ou permanecer junto a veículos ou pertences pessoais. Escadas estreitas dão acesso aos dois andares dos trens onde os demais passageiros podem sentar confortavelmente. Contando ainda com mais infraestrutura de circulação, bicicletários integrados as estações de trem e barcas e até aluguel de vagas para bicicletas dentro de “armários”. Destacando que há um sistema confiável de ônibus que atende distâncias menores ou complementares aos trens, e um sistema de barcas.

PATOS DE MINAS

     Em Patos de Minas, o planejamento urbano tende a sofrer restrições do interesse econômico em detrimento da funcionalidade dos aparelhos urbanos, o que leva as vias a serem subutilizadas em seu sentido primário que é permitir o fluxo de veículos, pessoas e bens de interesse coletivo.

  No contraponto do direito legítimo das pessoas satisfazerem seus desejos de consumo em obter seus veículos, implantarem seus negócios em áreas visíveis e realizarem o marketing de suas empresas está a questão do transporte público. Veem-se pela cidade uma miríade de estruturas de propagandas em pontos de ônibus que dificultam o acesso das pessoas, invasão do espaço público destinado ao fluxo de veículos pelo comércio em geral (mostruário de veículos, descarga de produtos em horário de pico), estacionamentos e materiais da construção civil.

    Hoje, ônibus que podem transportar até 60 (sessenta) passageiros dispõem do mesmo espaço que veículos de passeio, os quais normalmente estão com no máximo 02 (duas) pessoas. Assim, seria prudente ampliar as políticas públicas de mobilidade urbana, com tarifas e mecanismos diferenciados que atendam uma gama maior de cidadãos, gerando, por conseqüência, mais justiça social e melhor uso da res pública e, com mais dinheiro circulante, haverá um maior investimento no próprio comércio.

     Pesquisas feitas pela concessionária de transporte público da cidade mostram que os fatores supra-elencados, aliados à locação dos pontos de ônibus, ocasionam lentidão no tráfego dos coletivos, não ultrapassando 10 km/h. Isso ocasiona perdas de tempo e incômodos aos usuários e aumento nos custos de operação do sistema gerando, assim, gastos desnecessários para toda a população.

   Após os vídeos, o palestrante destacou que ambiente político-econômico dos grandes centros urbanos é restritivo à mobilidade urbana, haja vista a implantação desordenada dos módulos urbanos, com passeios e vias de tráfego implantados sem observar critérios de acessibilidade e o planejamento macro das cidades, a pressão da indústria automobilística aliada ao desejo de consumo da população; levando à sobrecarga dessas “artérias urbanas”. Esses fatos dificultam a movimentação fluída da população e seu acesso rápido a seus destinos e compromissos.

    O discurso dele se aproxima coerente e apropriadamente do Projeto de Lei nº. 1.687/2007, o qual apresenta os princípios fundamentais da Política Nacional de Mobilidade Urbana, como segue:

I - Acessibilidade universal;
II - Desenvolvimento sustentável das cidades, nas dimensões social, econômica e ambiental;
III - Equidade no acesso dos cidadãos ao transporte público coletivo;
IV - Eficiência, eficácia e efetividade na prestação dos serviços de transporte urbano;
V - Transparência e participação social no planejamento, controle e avaliação da política de mobilidade urbana;
VI - Segurança nos deslocamentos das pessoas;
VII - Justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do uso dos diferentes meios e serviços;
VIII - Equidade no uso do espaço público de circulação, vias e logradouros.

    Ao final, o Empresário Eduardo Castanheira deixou patente que sempre haverá desafios e soluções em transporte público e que quanto mais efetivas forem as soluções, melhor o sistema será, contudo, impede considerar que os desafios serão menores. Com esse pensamento, incitou aos alunos refletirem sobre a formação de um pensamento crítico de seus cotidianos educacional, econômico e político e a relação com as questões de “Liderança”, bem como de “Mobilidade Urbana”.



Prof. Lourivaldo Lemos da Silva
Mestre em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos – DESA/UFMG
Professor da Disciplina Empreendedorismo e Gestão
E. E. Abílio Caixeta de Queiroz

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